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LIDERANÇA CRISTÃ


UM CHAMADO PARA CUIDAR




A fé verdadeira, no âmbito das relações humanas, encarna-se no cuidar do próximo. A essência da vida em sociedade é o cuidado mútuo, expressão concreta do amor verdadeiro.

Ao criar a família, Deus estabeleceu uma relação de cuidado, onde os cônjuges cuidariam um do outro, os pais dos filhos, os filhos dos pais e os irmãos entre si. Nas demais relações sociais o cuidado deverá estar presente, norteando pensamentos e atos.

O pecado fez com que o ideal de cuidado fosse negligenciado, para que o ciúme, a ira, a inveja e o egoísmo promovessem a violência, e esta a morte do próximo.

Todas as vezes, que na condição de líderes e pastores cuidamos do nosso próximo, retornamos ao ideal de Deus, e o glorificamos com as nossas ações. Somos salvos e lideramos para as boas obras, para o cuidado.

Há muitas pessoas que se dizem cristãs, que afirmam que nasceram de novo, que frequentam e até lideram igrejas, mas que as suas omissões para com o cuidado ao próximo fazem com neguem a fé verbalizada e professada.

Em alguns casos, há quem lidere e cuide, mas com critérios pré-definidos, do tipo seletivo ou preconceituoso, onde apenas algumas pessoas são qualificadas com dignas de seus cuidados.

A parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37) expressa de forma magistral a vontade de Deus para com as relações de cuidado entre as pessoas. Observemos algumas das lições que podem ser extraídas desta belíssima narrativa bíblica.

Em primeiro lugar, devemos viajar na estrada da vida observando bem os acontecimentos e as pessoas ao longo do caminho. Mas, não basta ver, é preciso sensibilidade para que diante da percepção da miséria e da desgraça alheia possamos interromper um pouco a jornada, e nos determos aos pés dos que estão por algum motivo caídos, prostrados e quase mortos. É preciso investir atenção.

Em segundo lugar, não há cuidado que glorifique a Deus se não for movido por íntima compaixão. É a compaixão que nasce do mais profundo do nosso ser o combustível que deve mover nossas ações em direção aos necessitados. Sem amor não há que tenha valor diante do Pai celestial. É preciso investir amor.

Em terceiro lugar, é preciso se aproximar daqueles que precisam de cuidado. As feridas do corpo, da alma e do espírito precisam ser cuidadosamente e delicadamente atadas. Ao cuidar do próximo, fazemos bem para todo o seu ser. É preciso investir ação.

Em quarto lugar, nossos bens precisam ser percebidos como provisões de Deus para socorrer o nosso próximo em suas necessidades. Teremos sempre em abundância quando investirmos nossas provisões sem sentimentos mesquinhos no cuidado com o próximo, quando a generosidade fundamentar nossas ações, quando a liberalidade promover paz e gozo em nossa alma. É preciso investir recursos materiais.

Em quinto lugar, nossa força será de grande valia ao próximo, na medida em que a utilizarmos para o colocar em nossos braços, para carregá-lo sobre nossos ombros ou em nosso meio de transporte. É preciso investir energia.

Em sexto lugar, nosso tempo deverá ser utilizado e otimizado de tal maneira, que um dia de cuidado ao próximo precisará ser compreendido como tempo investido, em vez de gasto ou perdido. O samaritano da parábola levou-o para uma estalagem e cuidou dele, dedicando-lhe um dia inteiro. É preciso investir tempo.

Em sétimo lugar, cuidaremos do nosso próximo quando não formos escravos da avareza, quando as coisas não consumirem nossas economias, quando não formos consumidos pelo consumismo. Quanto dinheiro se gasta com futilidades, com superfluidades, com vaidades loucas, com caprichos desenfreados, enquanto há próximos mendigando tratamentos clínicos e medicamentos. É preciso investir dinheiro.

A fala do samaritano ao hospedeiro é digna de ser destacada: “CUIDA DELE, e tudo o que demais gastares eu to pagarei, quando voltar” (Lc 10.35).

Se levantarmos os olhos neste exato momento, é possível que contemplemos alguém prostrado na estrada da vida, a espera de um cuidador que possa lhe socorrer.  O que faremos? Passaremos de largo ou investiremos os cuidados necessários?

Outra parábola que enfatiza o cuidado pastoral é a da ovelha perdida (Lc 15.1-7), onde a ênfase recai sobre o valor individual das pessoas. Em tempos onde os olhos de muitos líderes se voltam para os grandes ajuntamentos, existe a urgente necessidade de se pensar e agir em favor daqueles que se desgarraram, que precisam de misericórdia e amor em forma de cuidado pastoral.

O líder ou pastor é um apascentador de ovelhas. Apascentar implica em alimentar, proteger, guiar, buscar as perdidas e curar as feridas das machucadas ou chagadas. Apascentar é cuidar:

Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:  apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. (1 Pe 5.1-3)

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