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ESSÊNCIA DA VERDADEIRA ADORAÇÃO

ESTORAQUE, ONICHA E GÁLBANO

"Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque e onicha e gálbano; estas especiarias aromáticas e o incenso puro em igual proporção. E disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; E uma parte dele moerás, e porás diante do testemunho, na tenda, onde eu virei a ti, coisa santíssima vos será. Porém o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos, santo será para o Senhor (Ex. 30.34-37)".
  
O dia de Yom Kippur era uma das datas mais sagradas do calendário hebreu. Naquele dia a estirpe sacerdotal deveria ornar-se com sua mais majestosa vestimenta. Os sumos sacerdotes assumiriam um papel de responsabilidade intransferível: entrariam além do véu do tabernáculo onde ficava o Lugar Santíssimo e ofereceriam o mais significativo holocausto em prol dos hebreus.








O ritual deveria ser preparado com requintes de perfeição. Nenhum detalhe deveria ser esquecido. Cenário, vestimentas, aparatos, asseio, tudo deveria estar em perfeita consonância com os requisitos de Deus, sob pena de um óbito fulminante em pleno lugar do sacrifício, puxado depois pela corda que prendia o peitoril a outra ponta que dava em algum lugar no Grande Átrio, onde uma platéia esperava o veredito da Divindade.

Santidade era requisito indispensável. Qualquer desconformidade era inexorável! Afinal, a audiência seria com o Orador da sentença; "Sede santos porque Eu sou Santo".

Entre os acessórios que seriam levados pelo sumo sacerdote quando de sua apresentação, três elementos deveriam garantir o perfume da oferta. O santo incenso deveria ser feito à base de estoraque, onicha e gálbano.

O Estoraque era retirado de uma árvore cujas folhas gotejavam freneticamente no chão. Cada gota no chão extravasava um odor maravílhosíssimo.

Estoraque

A Onicha era um molusco retirado do mar para ser queimado. Após a queima, ela produzia um odor agradabilíssimo.
Exemplo de um molusco

O gálbano era um arbusto que só exalava seu delicioso perfume após ser machucado, ser muito amassado.,

Gálbano

Essas especiarias constituiriam os ingredientes que produziriam os santos incensos que Deus queria inalar, através do sacrifício em prol de Seu povo e estava vetado o uso pessoal de qualquer desses perfumes. Só para Deus deveriam ser usados!

Séculos depois o véu do templo foi rasgado com a entrada de um cordeiro no Santo dos Santos que levou sobre Si, de uma vez pra sempre, todas as culpas do mundo. Deus aceitou essa propiciação como cheiro suave e nunca mais quis saber de sacríficio de animais.

Porém nunca dispensou um coração quebrantado, disposto a adorá-Lo.
Com a extinção do véu do templo, hoje podemos entrar no Santo dos Santos como ofertas a Deus. Nós somos o perfume que Deus deseja inalar através da adoração.

Uma adoração voluntária, não levada por rituais frenéticos em momentos exatasiantes nos cultos, que mais lembram "mantras orientais" do que adoração sincera. Deus espera de nós que sejamos Estoraque no derramar voluntário de gotas de adoração no simples fato de vivermos para Ele, mesmo quando não há ninguém nos olhando.

Uma adoração mesmo em meio à fornalha da aflição; em meio à dor da prova; em meio à tristeza da carestia financeira, material e às vezes espiritual. Adoradores como Onicha, que quanto mais é queimado melhor exala um Cheiro Suave que furacão algum consegue impedir de chegar canalizado às narinas de Deus.

Uma adoração de um coração quebrantado, contrito e impossível de ser desprezado por Deus. Amassado na olaria da vida. Machucado, muitas vezes sob os pés de inimigos cruéis, mas adoradores que tem cheiro de Gálbano, que quanto mais amassado, mais produz um odor pelo qual a alma de Deus anseia!

Um santo estoraque, uma desejável onicha e um aprazível gálbano. Tenhamos o bom cheiro de Cristo para que Deus, passando por nós, sinta em nós o perfume da Rosa de Sarom e do Lírio dos Vales!

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